arquivo 2015 – out / nov / dez

Missa do Galo

Dia 25 a Roupa-Velha come-se no CAAA!
Para comemorar o Natal em grande e em família, o Estúdio Lobo Mau, a Elephant MUSIK e o CAAA, apresentam “Missa do Galo”, com concertos de Toulouse, Paraguaii e Hello Iowa.
Tøuløuse e Paraguaii dispensam apresentações. São dois projectos musicais nascidos no Berço e que na entrada para 2016 se preparam para lançar novos trabalhos. Por isso, podem esperar pela estreia de novos temas no cardápio destes dois concertos e que serão apresentados em primeira-mão nesta “Missa”.
Já Hello Iowa, grupo formado por Zé Pedro Caldas e Maurício Medon, apresentam-se em palco pela primeira vez e prometem mostrar porque são um dos trabalhos a ter em conta em 2016 no panorama musical nacional.
No fim, ainda podem contar com um Dj Set dum Pinguim que costuma voar, mas que nesta noite se apresenta em formato bailarico.

Os concertos têm início às 23h e a entrada tem um custo de 5 Batatas.

Organização:
Estúdio Lobo Mau
Elephant MUSIK
CAAA  Centro para os Assuntos da Arquitectura e da Arte

+info

CORRESPONDÊNCIAS

post

Inauguração 12 Dezembro 16h / até 16 Janeiro 2016

Concepção e Progamação: Eduarda Neves

 Em excerto de carta datada de 5 de Junho de 1977, incluída na obra LA CARTE POSTALE, diz Jacques Derrida: “ O que prefiro no cartão postal é que não sabemos o que está à frente e o que está atrás, aqui ou ali, próximo ou distante, Platão ou Sócrates, o verso ou o reverso. Tão pouco o que mais importa, se a imagem ou o texto, se dentro do texto, a mensagem ou a direcção.”

É este fragmento que se constitui como referência para o projecto CORRESPONDÊNCIAS que aqui apresentamos.

Publicada em 1980, em França, LA CARTE POSTALE enquadra-se na crítica operada por Jacques Derrida à tradição filosófica ocidental. Apesar do seu reconhecido carácter marcadamente intertextual e meta-literário, este texto não se dissocia, porém, de uma atitude política.

Esta obra, e sem pretendermos aqui explicitar o chamado pensamento da Diferença, enquadra-se nessa operação que visa desconjuntar um sistema tornando visíveis a(s) sua(s) lógica(s), desconstruindo o pensamento logocêntrico, binário, as oposições da cultura ocidental: bem|mal, verdadeiro|falso, certo|errado, natureza|cultura, alma|corpo, claro|escuro, racional|irracional…

Como bem disse Derrida, sem “logoi”(conceitos) não existe nenhuma classe especial de conexões que seja especialmente “lógica”. Torna-se imperativo forçar a linguagem, quebrá-la, desfigurá-la, forçar os conceitos a dizer outra coisa.

Neste movimento contra a origem, estabelecendo as condições da sua impossibilidade, filiamos  o cartão-postal como carta aberta, sem segredo, sem frente nem verso, sem contraste entre metafórico e  literal,  retórica e lógica . Figura que trabalha no discurso.

A partir deste quadro teórico-crítico propomo-nos desenvolver o projecto CORRESPONDÊNCIAS, numa dupla vertente, a saber: (1) programação de seis exposições na área preponderante das artes plásticas com uma aposta clara na descentralização; (2) organização de um Colóquio Internacional com o título DESTINATÁRIO DESCONHECIDO.

Tendo como ponto de partida as afirmações de Jacques Derrida e no âmbito do projecto expositivo, não se pretende que o cartão-postal seja interpretado como simples meio de informação mas como produção de subjectividade, processo e vivência, ele próprio agenciamento de CORRESPONDÊNCIA. Não é apenas o carácter linguístico, gramatical ou retórico desta noção que nos propomos explorar mas sim o valor de uso que ela pode adquirir quando inscrita numa cadeia de situações possíveis. Metáfora da igualdade, sem frente nem verso, aqui ou ali, imagem ou texto, o cartão-postal situa-se neste tráfego da correspondência enviada, recebida, registada, desviada, devolvida, roubada, extraviada, anónima, confidencial, inviolável; correspondência é também ligação, comunicação, relação, percurso, viagem, trajecto, complementaridade, reciprocidade. Tantas formas, tantos usos, tal como o “significado” que repousa em conexões de todo o tipo, entre elementos da linguagem e das nossas interacções linguísticas com o mundo. Consideraremos ainda, à maneira derridiana, a singularidade do direito ao segredo como direito político: a comunicação e o seu contrário, o Outro e o Mesmo, CORRESPONDÊNCIAS. Numa época em que tudo se quer claro para ser comunicável, onde o segredo não tem lugar quando é obrigado a ceder ao totalitarismo do espaço público, ao excesso da confissão pública, reivindicar-se-á a possibilidade da incomunicabilidade como ferramenta de resistência.

A partir destes pressupostos conceptuais cinco artistas desenvolverão um projecto expositivo que equacione as relações entre agenciamentos de circulação, comunicação e trajectórias espaciais; introduzir o desvio, o desconhecido e o imprevisto nas obras construídas. Cinco artistas para seis espaços, em relação a cujas obras – situadas na condição da correspondência – conhecemos o ponto de partida mas não controlamos, a priori, o percurso e o ponto de chegada. Carta, cartão-postal, telecomunicação, segredo, é sempre da palavra que se trata. CORRESPONDÊNCIAS sem frente nem verso, apenas trajectos.

Propomo-nos fazer circular ambivalências, quebrar direcções e correspondências entre partida e chegada, princípio e fim, obra e espaço, significado e significante.

À semelhança de um cartão-postal que aqui se configura como dispositivo produtor de subjectividade, pretende-se tornar este processo num processo vivido, acreditando à maneira Deleuziana que a produção artística não é comunicação, mas resistência. Mais interruptores e menos controle.

É nesse percurso que cada um se descobre, nesse trajecto orientado para um DESTINATÁRIO DESCONHECIDO.

Com esta designação, procuraremos centrar o debate  em torno das várias mistificações do Outro, seja ele, político, sexual, cultural ou étnico e a cuja celebração assistimos desde as últimas décadas do século passado. Como lugar mítico da alteridade, este DESTINATÁRIO DESCONHECIDO, afigura-se, não raras vezes, como uma construção teórica do artista, do historiador, do filósofo, do crítico, atravessando as suas próprias representações e enunciados. Em Exposições e Bienais de Arte, Encontros, Estudos e Debates académicos financiados, o Outro é colocado/deslocado para o espaço do mercado emergente que aí parece ter encontrado o seu Outro-emergente, recodificando os significados e inscrevendo-os em novas identidades.

Memória e escrita da História conferirão corpo à temporalidade. Entre as críticas a uma arte etiquetada, designada como arte brasileira, africana, asiática( entre outros tantos exemplos), as questões identitárias e os jogos espaciais em duas capitais africanas, a construção social da memória da opressão no caso salazarista, procurar-se-á ainda reflectir sobre o facto de as minorias não terem modelo nem se distinguirem das maiorias pelo número. A fobia ao estranho, seja ele o que e quem for, nunca se sustentou em razões de quantidade.

Como um cartão-postal, procuraremos tornar o discurso exterior a qualquer forma binária. Não se trata da defesa de um Outro absoluto mas de pensar um DESTINATÁRIO DESCONHECIDO, sem direcção precisa, sem nacionalidade. Como a Arte, como um Igual.

As comunicações apresentadas serão objecto de publicação impressa, bilingue, (PT e EN) na forma de um catálogo/livro que contempla ainda os registos das imagens das exposições. A publicação tem o apoio financeiro do Grupo de Arte e Estudos Críticos do Centro de Estudos Arnaldo Araújo (entidade parceira na co-organização do Colóquio) e da Escola Superior Artística do Porto.

A publicação bilingue optimiza o trabalho desenvolvido na medida em que permite uma projecção internacional da reflexão crítica e da produção artística realizadas .

+Info sobre o projecto: aqui e aqui

Louro e Bambu – segundo acto, figuração do exótico

postMomento2Louro e Bambu – segundo momento, figuração do exótico
21.11–5.12.2015

Louro e Bambu – segundo momento, figuração do exótico, inaugura no próximo dia 21 de novembro às 16h. Surge em consequência do trabalho artístico e curatorial, desenvolvido por Candice Lin e Valdívia Tolentino em “It was only a moment for you”, uma complexa teia de referências que traçam a noção de verticalidade e de horizontalidade, a partir de fontes de pesquisa tão díspares quanto o filme Sans Soleil (1983) de Chris Marker, a Poética da Relação de Edouard Glissant, ou os livros Guerilla Metaphysics e Weird Realism do filósofo Graham Harman – patente no CAAA de 24 de Outubro a 5 de Dezembro de 2015.

Assim, o segundo momento do projecto materializa-se no convite às intervenções dos artistas Dário Cannatà, Inês Castanheira, Isabel Carvalho, Jonathan Uliel Saldanha, S V Ä R, e Candice Lin, que figuram diferentes exóticos. Não se tratando de uma reinterpretação literal à temática de verticalidade, nem de uma tentativa de contextualização da obra de Lin, Louro e Bambu – segundo momento, figuração do exótico, é um espaço discursivo aberto à prática e investigação desenvolvida pelos autores. Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, co-comissários da exposição, seleccionam obras de diferentes tipologias – áudio, instalação, escultura e vídeo – com o intuito de propiciar uma  experiência trans-sensorial, que pretende subverter a ideia de exótico e do léxico subjectivo associado.

No Interlúdio serão projectados dois filmes complementares ao projecto artístico de Lin, seleccionados pela autora e pelos comissários, respectivamente: Les maîtres fous (1955, 36′) de Jean Rouch, e ainda Sans soleil (1983, 100′) de Chris Marker, exibido em projecção permanente durante a inauguração.

Será lançado a publicação de autor, intitulada “It was only a moment for you” – research and dialogue, dedicada à pesquisa de Lin para a exposição. A publicação, com uma edição de 50 exemplares numerados, foi desenvolvida em colaboração com a designer Márcia Novais e os comissários da exposição.

Com o apoio:

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Dupla Matona

OLYMPUS DIGITAL CAMERADupla Matona

Dias 26 e 27 às 21h30 / dia 28 às 17h30

Duas mulheres. Duas cidades. Dois diários.
Fragmentos de memórias expandidas no tempo.

Uma criação de Alhelí Guerrero e Tânia Dinis
Texto de Pedro Bastos

Maiores de 12
Duração 40′

Entrada 3€

Com o apoio:

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LAND PROJECT: Placelessness, Daniel Pinheiro e Lisa Parra

postApresentação do trabalho realizado em residência artística

Sábado 31 Outubro, 16h

O que somos neste lugar estranho?
De onde vimos e para onde vamos?

Durante o período de residência estas foram as questões que surgiram resultantes de partilhar um mesmo espaço… Desconstruindo o formato a que estamos habituados a trabalhar e encontrar formas de o traduzir enquanto habitantes de um mesmo espaço físico.
LAND PROJECT no CAAA é um construção, um lugar figurativo dividido em dois onde o ecrã não limita a acção mas, pelo contrário, existe materializado como o único elemento que resta de uma relação construída ao longo de vários encontros que exploram formas de movimentação e estar em conjunto a partir de localizações remotas.
1. a estranheza é posta em jogo convidando dois corpos desconhecidos para este espaço e estabelecendo uma comunicação medidada entre eles.
2. o meu corpo e o teu corpo. Onde estás quando não estás a olhar ou a falar comigo?

O resultado desta residência transporta o projecto para um momento de investigação onde as tecnologias distanciaram o corpo e os sentidos de uma forma pragmática e presente de pensar.

Entrada: 2€ (visita às exposições incluídas no valor)

Financiado por:

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“It was only a moment for you”, Candice Lin

postInauguração 24 Outubro 16h / Até 5 de Dezembro

A exposição individual “It was only a moment for you” da artista norte-americana Candice Lin é o elemento central do projecto curatorial apresentado no CAAA, de 24 de Outubro a 6 de Dezembro de 2015, por Valdívia Tolentino, Luís Pinto Nunes e Luís Albuquerque Pinho. Assumindo a exposição de Lin enquanto momento estrutural e transversal do projecto, o programa é composto por duas partes distintas, ainda que complementares.

De 24 de Outubro a 5 de Dezembro, o espectador é convidado a uma imersão no processo investigativo de Lin. A exposição “It was only a moment for you” é tida como uma complexa teia de referências que traçam a noção de verticalidade e de horizontalidade, a partir de fontes de pesquisa tão díspares quanto o filme Sans Soleil (1983) de Chris Marker, a Poética da Relação de Edouard Glissant, ou os livros Guerilla Metaphysics e Weird Realism do filósofo Graham Harman.

De 24 de Outubro a 14 de Novembro, Lin apresenta ainda Plants in Transition, projecto colaborativo desenvolvido em conjunto com Patrick Staff, em que os artistas desafiam o nosso entendimento do corpo, de géneros e da natureza.

Durante o segundo momento do projecto a inaugurar a 21 de Novembro com a exposição Louro e Bambú – segundo acto, figuração do exótico, os curadores Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes irão provocar questionamento e reflexão em torno da pesquisa de Candice Lin. Não se trata aqui de uma reinterpretação literal, nem de uma tentativa de contextualização da obra de Lin, constituindo sim, um espaço discursivo aberto à prática e investigação desenvolvida por outros autores. Assim, o segundo momento do projecto materializa-se num convite às intervenções dos artistas Catarina Miranda e Jonathan Uliel Saldanha, Dário Cannatà, Inês Castanheira, Isabel Carvalho, S V Ä R, e Candice Lin, no que será uma experiência trans-sensorial, que pretende subverter a ideia de exótico e do léxico subjectivo associado.

Como interlúdio entre os dois diferentes momentos do programa, no sábado 21 de Novembro serão projectados dois filmes complementares ao projecto, seleccionados pelos comissários, e será lançado um livro de artista dedicado à pesquisa de Candice Lin para a exposição “It was only a moment for you” desenvolvido em colaboração com Márcia Novais.

Programa Completo

24.10–06.12.2015

Primeira Parte

24.10–05.12

“It was only a moment for you”

Candice Lin

24.10–14.11

Plants in Transition

Candice Lin e Patrick Staff

Intervalo

21.11.2015

Interlúdio

Lançamento de Publicação

Sessão de Filmes

Segunda Parte

21.11–05.12

Louro e Bambú

– segundo acto, figuração do exótico

Catarina Miranda e Jonathan Uliel Saldanha, Dário Cannatà, Inês Castanheira, Isabel Carvalho, S V Ä R, e Candice Lin

Biografias

CANDICE LIN

Candice Lin concluiu o Mestrado em New Genres no San Francisco Art Institute, após ter obtido o seu duplo BA em Artes Visuais, e em Semiótica da Arte, na Brown University. O seu trabalho foi exposto recentemente em: Kadist Art Foundation (Paris), Delfina Foundation (Londres), La Maison Populaire (Paris) e Alhondiga (Bilbao). Recebeu vários prémios e bolsas para realização de residências artísticas, incluindo: Artist Lab Residency -18th Street Arts Center (2015), Fine Arts Work Center Residency (2012), Frankfurter Kunstverein Deutsche Borse Residency (2011), e Smithsonian Artist Research Fellowship (2009). Lin é representada pela Galeria Quadrado Azul (Porto e Lisboa) e pela François Ghebaly Gallery (Los Angeles).

LUÍS ALBUQUERQUE PINHO

Luís Albuquerque Pinho nasceu em 1978 no Porto. Licenciou-se em Arquitectura na Universidade Lusíada do Porto, em 2001. Colaborou com Isabel Furtado e João Pedro Serôdio, na Serôdio Furtado & Associados, Arquitectos, de 2000 a 2011. Tem atelier próprio –Garcia & Albuquerque, Arquitectos desde 2001 com Jorge Garcia Pereira.

Desde 2010 frequenta o Mestrado em Estudos Artísticos – Estudos Museológicos e Curadoriais na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2011 foi curador residente no programa de Residência de curadoria no Node Center Berlin, onde explorou a temática da prática transversal na actividade do curador. Participou também no programa Independent Study Program da MauMaus, integrado no MOMENT #3: NOMADISM AND DISSEMINATION para o Curators’ Lab na Fábrica ASA em Guimarães. Em 2014 participou no seminário L’EMOCIÓ NO DIU “JO” de Georges Didi-Huberman, coordenado por Beatriz [Paul] Preciado no MACBA em Barcelona.

Actualmente reside e trabalha no Porto.

LUÍS PINTO NUNES

Nasceu em 1988 no Porto. Licenciado em Artes Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em 2010, ano em que inicia o Mestrado em Estudos Artísticos – Estudos Museológicos e Curadoriais. Em 2012 frequenta o programa Independent Study Program da Escola Maumaus de Jürgen Bock, integrado no Curators’ Lab em Guimarães.

Em 2009 foi co-fundador da Heart of Glass – Associação Cultural, e em 2010, foi responsável pela gestão e planeamento curatorial do projecto We Are Ready For Our [Close-Up]. A partir de 2011 colabora com a Colecção/Museu da FBAUP, na documentação e conservação da colecção e no planeamento e produção de exposições promovidas pelo Museu, como por exemplo, Cinco Séculos do Desenho na Colecção da FBAUP [2012]. Em 2012 colabora no projecto ATLAS – Gabinete de Desenho e Gravura, como conservador, responsável pela conservação e gestão de colecção – projecto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Membro do colectivo geada. Em 2012 é co-comissário do projecto HóSPEDE – Ensaio Curatorial, e em 2014 colabora com o colectivo Sismógrafo no projecto expositivo Sem Quartel / Without Mercy.

Actualmente coordena o Museu e Colecção da FBAUP, desenvolvendo diferentes projectos expositivos e curatoriais, como por exemplo, Pure Print – Classical Printmaking in Contemporary Art [2013], xCoAx – Computation Communication Aesthetics and X [2014 e 2015], e ainda 520 horas – obras do acervo do Museu [2015].

VALDÍVIA TOLENTINO

Nasceu em 1984 na República de Cabo Verde e em 2002 recebeu a bolsa de mérito da Fundação Calouste Gulbenkian para realizar os estudos superiores na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.

Entre 2007 e 2010 trabalhou entre Lisboa e Paris, primeiro sob a direcção artística de Ana Salazar e mais tarde na equipa de Martine Leherpeur Conseil.

Iniciou em 2010 o Mestrado em Estudos Artísticos – Estudos Museológicos e Curadoriais, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2012 foi co-comissária do projecto HóSPEDE – Ensaio Curatorial, no Porto e frequentou o programa Independent Study Program da Maumaus, coordenado por Jürgen Bock e integrado no Curators’ Lab em Guimarães Capital Europeia da Cultura. Em 2013 defendeu a tese de Mestrado intitulada Criar no Deserto das Ilhas – A Crioulidade Cabo-Verdiana em Crioulização. Entre 2012 e 2014 colaborou com a Galeria Quadrado Azul, no Porto.

Paralelamente à exposição apresentada no CAAA, tem estado a desenvolver com a artista Candice Lin o projecto expositivo “You are nothing or everything to her”, para a plataforma ArtAfrica.info, site associado ao projecto de investigação Dislocating Europe, com sede no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Actualmente vive em Paris, trabalhando para a Fondation Louis Vuitton desde 2014.

Esta exposição tem o apoio:

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LAND PROJECT, Daniel Pinheiro e Lisa Parra

postTrabalho em curso em Residência Artística e Mostra – ‘LAND PROJECT’, de Daniel Pinheiro e Lisa Parra

Durante a Residência no CAAA (Guimarães, Portugal), ambos os artistas, Lisa e Daniel habitam a Blackbox – um espaço já conhecido como um espaço livre de indexação e para ambos um local invulgar, inquientante e desconhecido para ‘estar’ juntos. A luz do ecrã desaparece…
O que é este lugar estranho? De onde vimos e para onde vamos?
Estas questões existem desde o primeiro dia e ecoam durante todo o mês de Outubro, enquanto ambos decidem abandonar o contexto familiar da relação mediada e avançam no sentido de estarem presentes no mesmo espaço e tempo.
Uma semana antes da apresentação final do processo desenvolvido em Guimarães este é um espaço que existe entre intimidade e desapego. Apostando numa configuração “low-tech” a arquitectura do espaço digital é traduzida repetidamente em diferentes anagramas, objectos, formas e maneiras de trazer a prática de trabalho já definida entre ambos e intersectá-la com o espaço circundante.

O resultado da residência de LAND PROJECT será apresentado no Sábado, dia 31 de Outubro, na Black Box do Centro para os Estudos da Arte e da Arquitectura.

LAND PROJECT é uma colaboração em formato de pesquisa artística, através de diferentes formatos, de como se combinam o espaço físico e virtual e, consequentemente, como conceitos como tempo, espaço e presença são percepcionados através do espaço partilhado do ecrã e à distância numa relação comunicante entre ambos os artistas.
O projecto procura investigar as noções de tempo, espaço, e performatividade através do corpo no contexto das comunicações online.
Os artistas, Lisa Parra e Daniel Pinheiro, propõem a continuação do estudo das diferentes possibilidades digitais para estabelecer métodos de colaboração artística bem como, através do corpo em contacto à distância, a criação de um espaço híbrido que assenta na utilização de plataformas de comunicação online. Com este propósito e em residência, no mesmo espaço físico, procuram investigar a extensão imagética de um espaço, de uma arquitectura digital que eventualmente permitirá criar espaços contíguos de acção, ficcionada ou não, numa realidade que acontece à distância com a possibilidade de um universo sujeito às mudanças de percepção e acção através das diferentes opções de mediação que estão disponíveis.

BIOGRAFIAS:

Lisa Parra – Coreógrafa  e Intérprete. Sedeada em Nova Iorque, Lisa Parra, trabalha de forma independente e em trabalhos em colaboração. Licenciada em Dança/Terapia do Movimento na Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), possui também formação em Dança e Psicologia (UC Irvine), Especialista na Técnica de Laban (Institute of Movement Studies, Nova Iorque). Os seus trabalhos focam-se na percepção humana do ambiente imediato circundante. No seu trabalho é hábito uma exploração da luz, escultura e som combinando o movimento com material audio-visual, incluindo a utilização de tecnologia 3D.

Daniel Pinheiro – Natural da Venezuela, Daniel Pinheiro é licenciado em Teatro pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (Porto, Portugal). Entre 2007 e 2013 participou em diversos programas onde desenvolveu as suas capacidades nos campos da Edição de vídeo, Media Art, Performance e Networked Performance. O seu trabalho procura essencialmente investigar as possibilidades da mediação do corpo através do vídeo e projectos que incluem tecnologias de telecomunicação, no sentido de realçar e estudar a tensão entre o humano e a máquina. Desenvolve o seu trabalho a nível nacional e internacional seja de forma independente enquanto videasta ou em projectos colaborativos.

Este programa de Residência Artística conta com o apoio:

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Guimarães nocnoc 5

postDecorre nos dias 3 e 4 de Outubro a quinta edição do Guimarães noc noc. Mais uma vez vai realizar-se um percurso inusitado de arte pela cidade. Os projectos chegam de vários pontos de Portugal e, este ano, temos representações internacionais vindas dos E.U.A., França, Brasil, Itália, Inglaterra, Nova Zelândia, Espanha e Alemanha. A sinalética dos espaços, um dos elementos mais visíveis do evento, está a cargo do colectivo Piñata Colada.

Esta é a primeira edição com a chancela EFFE – Europe for Festivals, Festivals for Europe, uma distinção que inclui este evento num guia que representa os melhores festivais dedicados à arte e cultura na Europa.

Sara Ivone com o projecto ’39 desenhos’ (Desenho)
Sinopse: Desenho s\título da série ’39 desenhos’. Esta série de desenhos tem a duração de 10 anos. Desde 2005 que lhes dou continuídade, os rasgo, os rasuro, os aumento, diminuo…mantendo sempre a sua irmandade de 39.
www.saraivone.com

João Batista com ‘Scratch the Surface’  (Fotografia)
Sinopse: A minha atividade tem-se centrado principalmente na fotografia, numa abordagem em preto e branco e com fotografias propositadamente desfocadas, de forma a criar camadas de abstração e deste modo destacar os conceitos subjacentes. O conceito transversal a toida a obra é a relatividade do conhecimento, que tem sido explorado em séries temáticas como Lost, Limits, La Grande Ligne, e outras. Para esta exposição pensei em destacar alguns trabalhos em que tenho feito intervenção física de raspagem sobre algumas fotografias ou composições, eventualmente combinadas com outras peças num todo coerente. Esta técnica de raspagem surgiu a propósito da série La Grande Ligne, em que se explora a ideia do fio condutor (da vida, dos eventos, etc). A primeira vez que expus esse tipo de trabalho foi numa exposição que realizei em 2014 no museu Santa Joana, em Aveiro, e um exemplar pode ser visto aqui: https://www.flickr.com/photos/joaobatista/15167290734/in/album-72157644954952012/. Assim, esta técnica de raspagem pode ser vista como uma abordagem plástica para reforçar a ideia da linha, ou do fio condutor, mas também gosto de ver esta técnica como um meio para exprimir a descoberta do conhecimento, o que pode ser feito quando se “arranha a superfície” (daí o título “scracht the surface”) das coisas e começamos a descobrir aspetos e ideas que não vislumbrávamos.
https://www.flickr.com/photos/joaobatista/

Playing with myself, de Cláudia Clemente

postInauguração 12 Setembro, 16h / Até 9 Outubro

“Só vivendo absurdamente se poderá chegar a romper alguma vez este absurdo infinito.” (in Rayuela, Júlio Cortázar)

Entendo o humor como o derradeiro bastião de resistência possível, e a sátira como uma forma de sobreviver a um mundo cada vez mais absurdo, hostil e ininteligível.

Esta série, iniciada em 2010, consiste num conjunto de encenações aparentemente simples recorrendo a uma multiplicidade de personagens: desde clássicos do Cinema (“Os livros” a citar “Os pássaros” de  Hitchcock, a “Supermom” a aplicar os seus super-poderes às exigências do quotidiano, o “007” de arma e dry martini em punho) até ilustres figuras históricas nacionais (“São rosas, Senhor!”), revisitando ícones da cultura tradicional portuguesa (a varina, o galo de Barcelos) e passando por muitos outros paradigmas ou elementos do imaginário colectivo – a fénix, a sereia, a dona de casa perfeita – nos quais me revejo ou reinvento.

Contrariando essa aparente simplicidade nas encenações existe uma deliberada artificialidade nas poses e na iluminação, que nos recorda que nada há de natural nestes seres-sombra, nestas criaturas-reflexos.

Com o absurdo retratado nestes personagens pretende-se criar uma tensão, causar um certo mal-estar, produzir aquele riso nervoso que arrasta o observador e o retira da sua zona de conforto.

Mergulhemos pois no território sinuoso da introspecção, dos sonhos, da escuridão – o perigoso mundo do interior de nós mesmos.

BIO

Claudia Clemente nasceu no Porto em 1970.

Licenciada em arquitectura, estudou cinema em Barcelona e Lisboa. Estreou-se na ficção com “O caderno negro”, editado em 2003. Desde então, publicou outro livro de contos em 2010 –  “A fábrica da noite”, uma peça de teatro – “Londres”, (Grande Prémio de Teatro S.P.A./Teatro Aberto 2011) e o seu primeiro romance, “A casa azul”, em 2014.

É autora de diversas curtas-metragens e documentários – entre os quais “&etc.”, sobre a editora do mesmo nome (Prémio Tóbis, DOCLISBOA, Prémio Caixa Geral Depósitos, IMAGO.)

Começou a expor o seu trabalho fotográfico em 2014.

Actualmente vive e trabalha em Lisboa.

Anotações sobre as nuvens, de Marta Leite

post

Inauguração 12 Setembro, 16h / Até 9 Outubro

Na exposição “Anotações sobre as nuvens” Marta Leite problematiza a paisagem através dos acontecimentos que têm lugar para cima da linha abstracta do horizonte. Será criado assim um paralelismo entre o fenómeno de evaporação e o esquecimento.

O conjunto de trabalhos apresentados procuram na forma e através dos materiais empregues, referir-se ao carácter fugaz e informe destes elementos assim como experiências, recordações e sentimentos que entram em dormência.

Bio

Lisboa, 1983

Licenciada em escultura pela universidade das Artes de Berlim com o título de Meisterschüler( 2010). Expõe regularmente desde 2006 sendo de destacar as seguintes localizações: Museu do Neo-realismo (Vila Franca de Xira); CAAA (Guimarães); Altes Finanzamt (Berlim); Temporären Kunsthalle (Berlim); SIM Gallery (Reykjavik); Galeria Trama (Barcelona).

Bolsas e Prémios:

2015 Bolsa de apoio às Artes Visuais, Fundação Caloust Gulbenkian

Mediterranea 17, seleccionada para a bienal de artistas do mediterrâneo

2014 Jovens Criadores

2013 Bolsa de apoio à internacionalização, Fundação Caloust Gulbenkian

Bolsa de Apoio ao Cinema experimental, Fundação Caloust Gulbenkian, para o filme “Enxerto” em co-realização com Catarina Laranjeiro

2010 Inov-art

2006 1º Prémio à pintura jovem, Fundació Banc Sabadell

Bolsa Fundació Amigo Cuyás

2005 Bolsa de colaboração no projecto “Sombra”, Centro de Arte Santa Mónica, Barcelona