Jaye Rhee: Sobreposição e Desdobramento

postO CAAA tem o prazer de apresentar a exposição a solo de Jaye Rhee, Sobreposição e Desdobramento.

Usando vídeo, som, instalação e fotografia, Rhee investiga a natureza evasiva do desejo autêntico focando-se na tensão irreconciliável.

Quando a câmara “captura” um espaço, remove a 3ª dimensão desse espaço. O observador pode parcialmente restaurar esse espaço perdido acreditando na imagem 2D que a câmara constrói. Mas esse é trabalho feito ao nível da imaginação e da percepção – o espaço “original” nunca será recuperado. Perdas e ganhos contrabalançam-se para assim criarem um novo espaço visual. O trabalho de Rhee dança neste limite do 2D e do 3D, indagando sobre a interação da percepção, imaginação, desejo e crença.

Como na maioria dos seus trabalhos, no núcleo do seu recente projecto The Flesh and the Book reside um conflito irresolúvel; aqui ele existe entre dança física e notas musicais. Os dançarinos atuam dentro de uma “pauta” musical, feita de cinco bandas de borracha grossa suspensas em diferentes alturas, ainda que estejam à mesma distancia entre elas. Uma perda visual ocorre quando as notas musicais bi-dimencionais transitam para a dança tri-dimencional, e vice versa. Quanto mais notas são ganhas mais dançarinos são perdidos; os dois têm que se manter em equilíbrio apesar de assumirem existências opostas.

Yehuda E. Safran escreveu sobre esse trabalho: “Nós seguimos com os nossos olhos os movimentos e contornos das coisas, esta relação mágica, este pacto entre eles e nós de acordo com o qual lhes emprestamos do nosso corpo para que eles registem sobre ele e nos dêem a sua imagem, este vinco, esta cavidade central do visível que é o meu ponto de vista, estes paralelismos do visto e do visível, do palpado e do palpável, formam um sistema fechado. Nós contamos com este sistema, que define as nossas visões e oferece-nos uma constante forma de visibilidade da qual não conseguimos desligar-nos.”

Comments are closed.