António Barros: COISAS REAIS

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Inauguração 6 Dezembro 16h / até 11 Janeiro 2015

Finissage 11 Janeiro 17h30 – Densidade endereçada, por Rui Torres

“A verdadeira utilidade da faculdade imaginativa dos tempos modernos é dar vida aos factos, à ciência e às vidas vulgares, dotando-as com o brilho, as glórias e o derradeiro carácter ilustre que é próprio de cada coisa real, e somente das coisas reais. Sem essa essencial vivificação – que só o poeta e outros artistas podem dar – a realidade pareceria incompleta e finalmente a ciência, a democracia e a própria vida pareceriam vãs.” Walt Whitman

Biografia

António Barros é natural do Funchal, António Barros (1953-) estudou na Universidade de Coimbra e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Barcelona. Trabalhou na década de 1970 com Wolf Vostell, Alberto Carneiro e José Ernesto de Sousa. Organizou diversas exposições e ciclos de performance, entre os quais Projectos & Progestos (1979-83, Coimbra). Participou em inúmeras exposições coletivas desde os finais da década de 1970 e realizou várias exposições individuais. A sua obra artística está representada nas coleções do Museu de Serralves, do Museu Vostell de Malpartida, Cáceres, e do Museu de Arte Contemporânea do Funchal.

A obra de António Barros pode filiar-se quer na poesia experimental portuguesa, quer no movimento Fluxus internacional. Trata-se de uma obra intermédia, na qual a dimensão plástica dos objetos, colagens e instalações é sujeita a operações de renomeação metafórica dos referentes e à exploração da visualidade gráfica da palavra. De entre os géneros de poesia visual, destaca-se na sua obra o poema-objeto. Com efeito, é através de uma poética do objeto encontrado que a sua obra se integra plenamente na poesia experimental portuguesa. Através de intervenções que colocam em interação palavras e objetos, os seus poemas-objeto alimentam-se da tensão entre a semântica social da palavra e a sua função referencial de nomeação. O objeto vê-se cindido entre a sua função e a carga simbólica que o define na semiótica social. Por via da retroalimentação entre esta ressignificação do objeto e a objetificação gráfica da palavra, os poemas-objetos tornam-se capazes de criar camadas de sentido e de alusão à experiência individual e social. Nestes objetos encontramos um sentido profundo da dimensão política das relações sociais e uma crítica irónica à reconstituição das estruturas de poder no Portugal pós-revolucionário.

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