Alqueva, de Rita Catarino e Paulo Palma

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Inauguração 25 Fevereiro, 16h / até 23 de Abril

Alqueva de Rita Catarino e Paulo Palma

O Alqueva é a maior transformação do território Português num tão curto espaço de tempo. É exemplo maior da idade do Antropoceno em Portugal. São 250 km² de território ao longo do rio Guadiana submersos, que para além de constituírem uma profunda alteração na identidade da paisagem Alentejana, operaram um novo paradigma agrícola, apenas possível pela presençade água numa paisagem anteriormente árida.

Este trabalho, tem como intuito originário, revisitar um território que já não existe, que já não está visível, mas que pela herança que deixou e pela cultura que foi construtor, continuapresente na memória colectiva. As imagens e cartografia, apresentadas são apenas contributos que revêm e reavivam, trazem para a superfície uma realidade que é actualmente impossível de restituir. É um jogo entre a ausência física e invisível de um território e um novo olhar que apenas o tenta resgatar, ou retirar metaforicamente da submersão que lhe foi imposto.

A partir da realidade pré existente no momento da construção da barragem, das características físicas, ecológicas e culturais que afirmavam o território, este trabalho pretende ser uma reflexão sobre a importância da memória na construção da Paisagem. Que Paisagem existe depois do desaparecimento de um lugar?

BIOGRAFIAS:

RITA CATARINO (Serpa, 1984)

Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa e Bauhaus Universitat em Weimar, tem também formação em Ilustração pela CIEAM da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Em 2009 foi cofundadora da Oficina de Arquitetura Latitudes, com o objetivo pedagógico de levar a arquitetura às crianças. As oficinas passaram no Programa Nacional de Literacias e Literatura de 2013/14, nas várias edições do Arquiteturas Film Festival, na rede Municipal de Bibliotecas de Lisboa, vários museus e escolas primárias e básicas do país. Das oficinas resultaram revistas, livros e brinquedos arquitetónicos.

A primeira investigação resultou numa Exposição em 2015 no Museu da Luz (Aldeia da Luz, Portugal) e numa exposição integrada no Open House Roma no Complesso Ex Cartiera Latina em Roma e num Jornal em que participaram diversos artistas contemporâneos portugueses.

Paulo Palma (Serpa,1977)

Arquitecto Paisagista pelo Instituto Superior de agronomia e pela Universidade de Évora.

Nos últimos dez anos tem desenvolvido projectos de Arquitectura Paisagista nas diversas escalas de aproximação do território.

Tem desenvolvido também estudos artísticos de investigação relacionados com a transformação do território, a partir do cruzamento de áreas disciplinares distintas, com o objectivo de apreender e divulgar a diversidade da Paisagem. Entre estes destacam-se: “Paisagem Resgatada, crónica sobre o desaparecimento do território do Alqueva”; “O meu pais é o que o mar não quer, permanência e transformação da costa Portuguesa” e “Morfologia da Reforma Agrária, calendário gráfico 1975”.

Desde 2011 é docente convidado da licenciatura em Arquitectura Paisagista no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

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