nós somos de Paris

Ursula Zangger: Vieira da Silva e a comunidade de artistas portugueses emigrados em Paris nos anos 60-70

Inauguração dia 6 de Novembro 15h / até 31 de Dezembro

Curadoria: Paula Pinto

Esta exposição retrata alguns dos artistas portugueses emigrados em Paris durante os anos sessenta e setenta, através de fotografias de Ursula Zangger. Jovens artistas que, procuravam em diáspora, liberdade de expressão e um meio político e cultural capaz de os acolher, partilharam a condição de emigrantes e estabeleceram uma rede de interajuda, cuja figura central e mais estabelecida foi Maria Helena Vieira da Silva.

Folha de Sala: nós somos de Paris

URSULA ZANGGER

Ursula Zannger nasceu em Zurique e tem a nacionalidade portuguesa desde 1969. Começou a fotografar em 1958, depois do irmão lhe oferecer uma máquina fotográfica.

Ainda jovem, trabalhou numa quinta com cavalos, na Irlanda e em 1858 voltou à Suiça para trabalhar com os cavalos da quinta de Maurice Jean Marie Burrus.

Instalou-se em Paris em 1960, onde conheceu uma grande parte da comunidade de artistas portugueses que frequentavam a residência do casal Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes. Nesse contexto retratou uma série de artistas nos respectivos espaços de trabalho. Essa documentação deu origem a uma exposição individual na Galeria EG (Porto, Março 1994).

No período em que viveu em Basileia, trabalhou no Atelier Horvath.

Em 1974 obteve uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar no Departamento de Estudos Cinematográficos e Audio-Visuais da Universidade de Vincennes, onde se Licenciou em 1977. Durante esse período dedicou parte do seu trabalho à documentação fotográfica e vídeo de artistas plásticos.

Durante os anos setenta trabalhou em estreita colaboração com o Grupo Alvarez, fazendo a reportagem fotográfica das exposições apresentadas nas galerias Dominguez Alvarez e Alvarez Dois (Porto). Documentou ainda as performances organizadas pelo grupo Alvarez em espaços públicos e nos Encontros Internacionais de Arte em Portugal (1974-78), bem como nas Bienais de Cerveira (1978-1984). Colaborou igualmente na Revista de Artes Plásticas (1973-77).

Em 1978 instala-se definitivamente em Portugal. Nesse ano co-fundou o Cinematógrafo – Colectivo de Intervenção, SCRL. Realizou vários documentários para o Museu José Malhoa (Caldas da Rainha) e no final dos anos 80 realizou um documentário em vídeo sobre a pintura de Augusto Gomes.

Ensinou vídeo no Instituto de Serviço Social do Porto e na Cooperativa Árvore.

Realizou trabalhos de luminotecnia para a companhia de teatro Pé de Vento.

Mais recentemente trabalhou como foto-repórter nos jornais Primeiro de JaneiroDiário de Notícias, Tripeiro e A Voz de Ermesinde, bem como na revista A Razão.

Continua a trabalhar como fotógrafa independente.

 

 

PAULA PINTO (Porto, 1971) 

Formada em Artes Plásticas-Escultura pela Faculdade de Belas Artes na Universidade do Porto (1998), obteve o grau de Mestre em Cultura Urbana atribuído pela Universidade Politécnica da Catalunha (2004) e concluiu o Doutoramento em Estudos Visuais e Culturais na Universidade de Rochester, Nova Iorque (2016).

Trabalhou como investigadora e produtora de exposições no Museu da Faculdade de Belas Artes do Porto (1998-1999) e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves (2000-2002). Em Serralves foi responsável pelo ciclo “Artistas e Situações afirmadas no Porto da 2ª metade do séc.XX”, sob o qual coordenou as seguintes exposições: “Porto 60/ 70: Os Artistas e a Cidade”, “Fernando Lanhas”, “Sem Prata, Ângelo de Sousa” e “Confesso, de Albuquerque Mendes”.

Foi fundadora e editora da revista InSi(s)tu (2001-2005) e é editora do álbum fotográfico “Ernesto de Sousa: O Teu Corpo é o Meu Corpo (1965-75)” (2014).

Tem comissariado inúmeras exposições, entre as quais: “Ângelo de Sousa [1938-2011]: Ainda as Esculturas” (Guarda: Galeria do Teatro Municipal, 2012); Em 2014 comissariou (com Joaquim Moreno) a exposição “Guido Guidi: Carlo Scarpa. Tomba Brion” (Lisboa: Galeria Sul do Centro Cultural de Belém); “Stefano Serafin: arte em estado de guerra” (Guimarães: Centro Internacional de Arte José de Guimarães, 2017) e “Ernesto de Sousa: a mão direita não sabe o que a esquerda anda a fazer” (Bienal de Cerveira, 2017); “Carlos Nogueira. Fotografias de trabalho” (Lisboa: Arquivo Fotográfico de Lisboa, 2018) e “João Dixo. Exposição cancelada” (Vila Real: Museu da Vila Velha, 2018). Em 2019 estendeu a curadoria da exposição “Stefano Serafin: arte em estado de guerra” para a Galeria da Avenida da Índia. Com Joaquim Moreno co-curou a exposição “Guido Guido: Caçador de Sombras” (Porto: Escola das Artes da Universidade Católica, 2019) e “R2/ Fabrico Suspenso: Itinerários de Trabalho” (S. João da Madeira: Centro de Arte Oliva, 2019); Curou ainda a exposição “José Barrias: Escrever com a Luz. Notas para a Biografia de uma Sombra” (Guimarães: CAAA, 2019); “Bárbara Fonte: Neste corpo não há poesia (Guimarães: CAAA, 2020); “Que horas são que horas? Uma galeria de histórias” (Porto: Galeria Municipal da Biblioteca Almeida Garrett, 2020); “Arquigrafias: Guido Guidi e Álvaro Siza” (Matosinhos: Casa da Arquitectura, 2021). “Albuquerque Mendes: corpo de performance” (Vila Real: Museu da Vila Velha, 2021).

É autora de vários livros.

 

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